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Ao amor antigo - por Carlos Drummond de Andrade


O amor antigo vive de si mesmo,
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige nem pede. Nada espera,
mas do destino vão nega a sentença.

O amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.

Se em toda parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,
o antigo amor, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.

Mais ardente, mas pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor.


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5 comentários:

Principe Encantado disse...

"Se em toda parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,
o antigo amor, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante."
Muito lindo.
Abraços forte

Anônimo disse...

Grande Drummond!
Parabéns pela escolha!
Abraço
Serenissima

Rosana Madjarof disse...

Joici,

Esse poema de Drumond é muito lindo.

É emocionante como ele fala do amor de uma forma tão simples e singela.

Amei!

Bjs.

Rosana.

Wanderley Elian Lima disse...

Oi Joicinha, obrigado pela visita ao meu blog e pelo comentário.
Bjs

Anônimo disse...

vale sempre a pena ler Andrade.

bjs

 

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