Primeiro anuncio de W. Olivetto (Dono da W. Brasil, maior agencia de PP do Brasil)
Em 1971 Washington Olivetto criou os seus três primeiros anúncios e os três primeiros a gente nunca esquece, Washington, con certeza, não. O primeríssimo, postado neste espaço da Hora do Reclame, reproduzido do livro de Fernando Morais “Na Toca dos Leões”, não ganhou nenhum diploma, mas lhe assegurou o seu primeiro emprego; já o segundo representou a sua primeira premiação num concurso de publicidade, diploma de honra no Prêmio Colunistas. O anúncio aqui reproduzido foi veiculado apenas uma vez, na revista Etapas, de circulação restrita aos sócios do clube paulista Sírio Libanes; segundo Morais com “um involuntário merchandising” do uisque Haig. Involuntário? Merchandising ? Em todo caso Olivetto ganhou o emprego na Harding Gimenez, pequena agência do Gimenez, um ex-diretor da Proeme do Enio Mainardi. e foi nessa agencia, numa parceria com o Harding Gimenez, o Juvenal Azevedo e o Àngelo Scavuzzo que criou um anúncio da Tigre, ilustrado com uma privada de tubulação exposta e o título: “A Tigre está mudando as estruturas” . Conquistou um diploma de honra, o equivalente a finalista, na categoria Melhor Campanha Industrial. Na HGP, sigla da agência, Washington ficou apenas quatro meses para ingressar em seguida na Lince onde criava o seu, digamos, “terceiro anúncio”, desta vez um comercial para a Deca com a imagem de um pingão caindo da torneira e depois sendo chupado para dentro, a locução em off explicava o mecanismo de vedação e”a partir de agora se a sua torneira Deca vazar é porque você se esqueceu de fechar”. Olivetto não há de esquecer nunca esse ano de 1971 em que estreou na publicidade: o seu primeiro emprego, o seu primeiro diploma no Prêmio Colunistas e o seu primeiro filme marcante, o do pingão, leão de bronze no Festival de Cannes, já no ano seguinte.
Primeiro anúncio do Nizan Guanaes
Em 1979 o estagiário da DM9, agência da Bahia então pertencente ao Duda Mendonça, criou duas campanhas que teriam grande repercusão em Salvador e mais tarde no meio publicitário, com medalhas conquistadas no Prêmio Colunistas e também no Anuário do Clube de Criação de São Paulo. O rapaz tinha 21 anos e se chamava Nizan Guanaes. A estréia de Nizan na publicidade se deu por interferência de Socrates, seu pai, que solicitou a Aristarco Braga, pai do hoje criativo Ricardo Braga da Duda Propaganda, na época cliente da agência, uma chance para o jovem recém formado em administração. Tinha boa cultura e inglés fluente aperfeiçoado em dois anos de estadia em Londres, dentre outras credenciais. O Duda Mendonça logo farejou-lhe o talento, mas nunca imaginou que estava diante daquele que se tornaria uma das maiores referências criativas e empresariais da propaganda brasileira em todos os tempos. As peças que hoje reproduzimos neste espaço tiveram o dedo de Nizan Guanaes, mas pela sua condição de estagiário, num contexto de equipe, com a participação de Hugo Zanzi no caso do outdoor e do próprio Duda e mais o Cesar Lopez e Luiz Gonzaga Saraiva, no caso do anúncio. O outdoor era parte integrante de uma campanha do Lojão da Construção, novo ramo de negócios da Correa Ribeiro, primeira loja de grande porte do segmento em Salvador. A irreverência do baiano identificou-se com o espírito da campanha que não apenas atingiu resultados de vendas expressivos, mas também um “recall” que durou enquanto o cliente existiu. Já a campanha da Escola de Pais do Brasil mexeu com o conservadorismo da família baiana e até gerou grande polêmica. O título é provocador. Pela primeira vez na mídia alguém tratava do aborto com essa abertura, num contexto de época onde temas desse teor costumavam ser reprimidos pela ditadura militar, “zelosa” da moral do povo brasileiro.
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1 comentários:
Tenho profunda admiração pela figura de Washington Olivetto, o maior publicitário do Brasil. Ele tem uma capacidade ímpar de criar marcas e fenômenos publicitários como ninguém. Aquela propaganda do primeiro sutiã deve ser uma das mais importantes e significativas da televisão mundial. Além disso, pra melhorar, ele é corinthiano, então não tem como não ser fã desse gênio da comunicação, rs.
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