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Violência contra mulher



De onde vem a violência contra a mulher?
Ela acontece porque em nossa sociedade muita gente ainda acha que o melhor jeito de resolver um conflito é a violência e que os homens são mais fortes e superiores às mulheres. É assim que, muitas vezes, os maridos, namorados, pais, irmãos, chefes e outros homens acham que têm o direito de impor suas vontades às mulheres.Embora muitas vezes o álcool, drogas ilegais e ciúmes sejam apontados como fatores que desencadeiam a violência contra a mulher, na raiz de tudo está a maneira como a sociedade dá mais valor ao papel masculino, o que por sua vez se reflete na forma de educar os meninos e as meninas. Enquanto os meninos são incentivados a valorizar a agressividade, a força física, a ação, a dominação e a satisfazer seus desejos, inclusive os sexuais, as meninas são valorizadas pela beleza, delicadeza, sedução, submissão, dependência, sentimentalismo, passividade e o cuidado com os outros;
Por que muitas mulheres sofrem caladas?
Estima-se que mais da metade das mulheres agredidas sofram caladas e não peçam ajuda. Para elas é difícil dar um basta naquela situação. Muitas sentem vergonha ou dependem emocionalmente ou financeiramente do agressor; outras acham que “foi só daquela vez” ou que, no fundo, são elas as culpadas pela violência; outras não falam nada por causa dos filhos, porque têm medo de apanhar ainda mais ou porque não querem prejudicar o agressor, que pode ser preso ou condenado socialmente. E ainda tem também aquela idéia do “ruim com ele, pior sem ele”.
Muitas se sentem sozinhas, com medo e vergonha. Quando pedem ajuda, em geral, é para outra mulher da família, como a mãe ou irmã, ou então alguma amiga próxima, vizinha ou colega de trabalho. Já o número de mulheres que recorrem à polícia é ainda menor. Isso acontece principalmente no caso de ameaça com arma de fogo, depois de espancamentos com fraturas ou cortes e ameaças aos filhos.
O que pode ser feito?
As mulheres que sofrem violência podem procurar qualquer delegacia, mas é preferível que elas vão às Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAM), também chamadas de Delegacias da Mulher (DDM). Há também os serviços que funcionam em hospitais e universidades e que oferecem atendimento médico, assistência psicossocial e orientação jurídica.
A mulher que sofreu violência pode ainda procurar ajuda nas Defensorias Públicas e Juizados Especiais, nos Conselhos Estaduais dos Direitos das Mulheres e em organizações de mulheres.
Como funciona a denúncia
Se for registrar a ocorrência na delegacia, é importante contar tudo em detalhes e levar testemunhas, se houver, ou indicar o nome e endereço delas. Se a mulher achar que a sua vida ou a de seus familiares (filhos, pais etc.) está em risco, ela pode também procurar ajuda em serviços que mantêm casas-abrigo, que são moradias em local secreto onde a mulher e os filhos podem ficar afastados do agressor.
Muitas vezes a mulher se arrepende e desiste de levar a ação adiante.
Em alguns casos, a mulher pode ainda pedir indenização pelos prejuízos sofridos. Para isso, ela deve procurar a Promotoria de Direitos Constitucionais e Reparação de Danos.
Violência contra idosos, crianças e mulheres negras - além das Delegacias da Mulher, a Delegacia de Proteção ao Idoso e o GRADI (Grupo de Repressão e Análise dos Delitos de Intolerância) também podem atender as mulheres que sofreram violência, sejam elas idosas ou não-brancas, homossexuais ou de qualquer outro grupo que é considerado uma “minoria”. No caso da violência contra meninas, pode-se recorrer também às Delegacias de Proteção à Criança e ao Adolescente.


Tipos de violência

Violência contra a mulher - é qualquer conduta - ação ou omissão - de discriminação, agressão ou coerção, ocasionada pelo simples fato de a vítima ser mulher e que cause dano, morte, constrangimento, limitação, sofrimento físico, sexual, moral, psicológico, social, político ou econômico ou perda patrimonial. Essa violência pode acontecer tanto em espaços públicos como privados.
Violência de gênero - violência sofrida pelo fato de se ser mulher, sem distinção de raça, classe social, religião, idade ou qualquer outra condição, produto de um sistema social que subordina o sexo feminino.
Violência doméstica - quando ocorre em casa, no ambiente doméstico, ou em uma relação de familiaridade, afetividade ou coabitação.
Violência familiar - violência que acontece dentro da família, ou seja, nas relações entre os membros da comunidade familiar, formada por vínculos de parentesco natural (pai, mãe, filha etc.) ou civil (marido, sogra, padrasto ou outros), por afinidade (por exemplo, o primo ou tio do marido) ou afetividade (amigo ou amiga que more na mesma casa).
Violência física - ação ou omissão que coloque em risco ou cause dano à integridade física de uma pessoa.
Violência institucional - tipo de violência motivada por desigualdades (de gênero, étnico-raciais, econômicas etc.) predominantes em diferentes sociedades. Essas desigualdades se formalizam e institucionalizam nas diferentes organizações privadas e aparelhos estatais, como também nos diferentes grupos que constituem essas sociedades.
Violência intrafamiliar/violência doméstica - açontece dentro de casa ou unidade doméstica e geralmente é praticada por um membro da família que viva com a vítima. As agressões domésticas incluem: abuso físico, sexual e psicológico, a negligência e o abandono.
Violência moral - ação destinada a caluniar, difamar ou injuriar a honra ou a reputação da mulher.
Violência patrimonial - ato de violência que implique dano, perda, subtração, destruição ou retenção de objetos, documentos pessoais, bens e valores.
Violência psicológica - ação ou omissão destinada a degradar ou controlar as ações, comportamentos, crenças e decisões de outra pessoa por meio de intimidação, manipulação, ameaça direta ou indireta, humilhação, isolamento ou qualquer outra conduta que implique prejuízo à saúde psicológica, à autodeterminação ou ao desenvolvimento pessoal.
Violência sexual - acão que obriga uma pessoa a manter contato sexual, físico ou verbal, ou a participar de outras relações sexuais com uso da força, intimidação, coerção, chantagem, suborno, manipulação, ameaça ou qualquer outro mecanismo que anule ou limite a vontade pessoal. Considera-se como violência sexual também o fato de o agressor obrigar a vítima a realizar alguns desses atos com terceiros.
Consta ainda do Código Penal Brasileiro: a violência sexual pode ser caracterizada de forma física, psicológica ou com ameaça, compreendendo o estupro, a tentativa de estupro, o atentado violento ao pudor e o ato obsceno.



No final, o vídeo explica que uma em cada duas mulheres são mortas pelos seus companheiros, na maioria das vezes, durante a agressão.



De qualquer lugar do Brasil e a qualquer hora, você pode ligar para denunciar a violência ou pedir orientações.





Outros endereços:

Disque Denúncia (Mulher, Criança e Adolescente, Idoso, Disque Roubo e Furto de Veículos), Disque Balão e Programa Gol.

Disque Denúncia Rio de Janeiro Tel : (0xx21) 2253-1177
www.servicosja.com/html_dd.php

Disque Denúncia São Paulo Tel : 0800-15 63 15
www.disquedenunciasp.org.br

Disque Denúncia Bahia Tel : 0800-71 01 90
www.ssp.ba.gov.br/disquedenuncia.asp

Disque Denúncia Goiás Tel : (0xx62) 271-7000
www.disquedenuncia.go.gov.br/

Disque Denúncia Espírito Santo Tel : 0800-28 39 944
http://www.pc.es.gov.br/index.asp

SOS Racismo
www.rndh.gov.br/racismo.html

Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social - SSPDS
www.ssp.df.gov.br/seguranca/default.htm

Disque Cidadania Mato Grosso Tel : 0800-64 71 700
www.mp.mt.gov.br/disque/index.asp

Disque-denúncia Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes
Tel : 0800 - 990 500

SOS Tortura Tel : 0800 - 707 5551

Disque-Cidadania Homossexual Tel : 0800 - 611 024

Disque Denúncia no seu estado :

Amazonas
Disque Denúncia: 147

Ceará
Disque Denúncia: 185

Distrito Federal
Disque Denúncia: 147

Maranhão
Disque Denúncia: 147

Mato Grosso
Disque Denúncia: 147

Minas Gerais
Disque Denúncia: 0800-305000

Pará
Disque Denúncia: 147

Paraíba
Disque Denúncia: 147

Paraná
Disque Denúncia: 147

Pernambuco
Disque Denúncia: (0xx81) 3421-9595 ou (0xx81) 3421-3303

Rio Grande do Sul
Disque Denúncia: (0xx51) 3227-2000 ou (0xx51) 3217-2411

Roraima
Disque Denúncia: 0800-951000

Santa Catarina
Disque Denúncia: 1683

RJ - 24hs Tel : (0XX21) 2253-1177



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13 comentários:

Levi Ventura disse...

Boa! Ainda n havia visto um post do tipo pelo Dihitt!
Quando vi o link lá já entrei preparando o meu comentário, pois estava falando com meu amigo agora a pouco que preferia sofrer calado com meus sentimentos e etc...
Quando vi do que se tratava o post, entendi o que quis dizer.

Antonio Regly disse...

Joicinha,

Por duas vezes atendi mulheres agredidas por seus maridos no gabinete pastoral. Faz alguns anos, haviam poucas delegacias - não me lembro se as DEAM's já existiam - mas estava claro que eram casos para a polícia resolver.

Tudo que está escrito no post é verdadeiro. Numa das situações a agredida saiu e foi para a casa de parentes noutra cidade distante. A outra ficou em dúvida quanto ao que fazer e este era o caso mais grave. Particularmente a minha visão do problema é que numa outra oportunidade algo mais grave iria acontecer. Fiquei sabendo que a família mudou-se sem que ficássemos sabendo para onde. Ou seja: o problema foi transferido de lugar.

Houve outra situações em que precisei ir ao lar do casal para conversar com o marido. As esposas eram da igreja, mas os maridos apenas iam uma vez ou outra. Para alguns, eu não tinha o direito de ir até o casal, com base naquele ditado "briga de marido e mulher não se mete a colher". A meu ver isso não é uma intromissão, mas um dever, ainda que seja uma situação delicada.

As imagens e o video postados são chocantes e, infelizmente, há coisas piores: fraturas expostas, queimaduras, facadas e assassinatos brutais. Mesmo com as Delegacias de Atendimento à Mulher, não sabemos onde isso vai parar. A violência já se tornou banal nos grandes centros. Porém, creio que no Interior o problema é mais grave: ainda que quisessem recorrer, o agressor é alguém que tem dinheiro; é amigo do delegado ou de policiais; além de truculento tem uma gang a apoiá-lo... e vai por aí.

Embora seja uma notícia que preferia não ser realidade - que fosse apenas ficção - parabenizo-a pela postagem. É preciso abrir os olhos e denunciar.

Abraço do amigo,

Antonio

Leila Franca disse...

Não falam nada por causa do medo. Acho que as mulheres que sofrem agressão precisavam de apoio de algum grupo que lhes disponibilizassem um lugar para ir. Um abrigo seguro.

bjs

Valéria Braz disse...

Joici, excelente post e importante também!
Mas também as vítimas de violência podem procurar ongs de apoio, onde podem ser preparadas e auxiliadas na denúncia. Minha irmã trabalhou aqui em SC em uma ong assim, esta ong prestava todo o auxilio que uma pessoa vítima de agressão necessita, desde o auxilio psicológico até o auxílio para a denúncia.
As ongs divulgam seu trabalho nas delegacias da mulher, nas procuradorias públicas e na internet.
Parabéns pelo post.
Beijo no coração

Anônimo disse...

Joicinha,

Excelente artigo. Esta informação é preciosa. Parabéns!

As mulheres calam por medo. Medo de retaliações; medo de fazer sofrer e expor os filhos; medo de ser apontada na rua, por conta da crueldade natural das pessoas; medo de perder mais a auto-estima que lhe resta.

Beijinhos
Luísa

Júlio [Ebrael] disse...

Joici,

Como já disse em outro post, se elas denunciam, correm o risco de as "otoridadis" policiais não ferem nada!! E quem paga?? Elas e os filhos, às vzs, com a vida!!

Elas, além da Polícia, precisam se cercar de amigos. Muitas vzs, eles são nossa melhor proteção em tempos como esses.

Bjs e ótima iniciativa!

Unknown disse...

Execelente post. Realmente é a realidade vivida até dentro das igrejas em nosso país. Por isso que a IASD lançou uma campanha que ganhou a atenção até dos Poderes da União em parceria com o Executivos de nossos estados. O nome da campanha é: Quebrando o Silêncio.

Segue o Link: http://qs.portaladventista.org/pt/01.php

Grande Abraço e parabéns pelo post.

Luiz Eduardo Carvalho disse...

Sensacional o post. Parabéns pela iniciativa de juntar informações tão importantes, não só para as mulheres, mas para o bem estar geral da sociedade moderna, que anda cada vez menos humana.

Joicinha disse...

Ebrael

Não podemos acostumar a conviver com a violência.
O silêncio é cúmplice da violência!!!

bjs

Joicinha

Joicinha disse...

Eduardo

Essa foi uma maneira que encontrei de ajudar aquelas que sofrem caladas, que possam melhor defender os seus direitos.

Obrigada pela participação
bjs

Joicinha

Joicinha disse...

Antonio

"O Homem se destingue dos outros animais por ser o único que maltrata sua fêmea" Jack London

Adorei o seu relato, muito obrigada pela atenção e participação.

bjs

Joicinha

BLOGZOOM disse...

Quem nos salva contra a violencia psicologica? Ela começa antes, dura, e continua depois... arrancando da gente o que mais amamos, além da estima: os filhos.

Eu preciso de um "abaixo-assinado" ate antes de 28 de abril.

Voces podem ajudar a mim e minha filha?

Wanderley Elian Lima disse...

Excelente trabalho de utilidade pública, com um excelente texto. Parabéns.
Beijos

 

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